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CasAmarela

Blog experimental, dedicado a uma ala do Palácio Amarelo de Portalegre. Verdadeira «Casa de Bonecas», onde, seguindo a tradição, há sinais e emblemas de nobreza. Assim: Casa Amarela, Cas'Amarela, ou CasAmarela

CasAmarela

Blog experimental, dedicado a uma ala do Palácio Amarelo de Portalegre. Verdadeira «Casa de Bonecas», onde, seguindo a tradição, há sinais e emblemas de nobreza. Assim: Casa Amarela, Cas'Amarela, ou CasAmarela

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Do passado ao presente

Seria uma imensa coincidência se estas peças de um serviço de chá tivessem estado, já, durante anos (até décadas), num armário, certamente um lindíssimo louceiro, da Casa Amarela?

E num louceiro de vidrinhos, como os que Félibien nos apresenta no seu Tratado... ?

Image0057-2.jpg

(ampliar para ver, quase tocar, as técnicas mistas de que é feito)

 

Perguntamos, mas não sabemos..., embora tenhamos a certeza que terão vindo de Portalegre, o mais tardar por volta de 1935-38*. 

 

Certo mesmo é que por as acharmos muito bonitas, há uns anos, decidimos reproduzi-las, desenhando-as a aguarela. 

 

Mas, quem ensinou "Desenho Laboratorial" - nesta designação moderna, pretensiosa e colada à força, a uma disciplina de desenho à vista (onde nunca se viu nada de laboratorial...!) - enfim, nós próprios, donos dos nossos trabalhos, podemos dar-lhes, ao que são ensaios e experiências, os tratos de polé que muito bem nos apetecer! 

 

Portanto, a imagem acima hoje chama-se joining pieces. E, apetecia acrescentar-lhe - one more piece (para além da esferográfica) - que é o modernismo de uma certa tapeçaria de E. Nery que está no Museu em Portalegre. Pois sendo nas mesmas cores, «ficaria lindamente»!

 

Só que, apesar de muito apetitoso, irá ficar por aqui (ao que parece).

 

Unless (ou a menos que...), aparecesse por aí um Pai Natal, híper-generoso, e levasse esse desejo nosso, verdadeiro capricho (de que a arte, quase sempre foi feita!!!) bem mais longe:

 

Mas porque sonhar não tem preço, nem paga impostos (ainda por cima de quem estando acordado, «sonha, tecla e dactila»), mesmo lindo, lindo, lindo, era transpor esse desenho, para dimensões gigantes - para uma parede de 4 m x2,5 m - numa enorme tapeçaria!

 

Enfim, é o que pedimos ao Père Noël, nesta hora em que deve estar atarefadíssimo; quem sabe se barrigudo, ainda consegue entrar nalgumas chaminés (de avac)? Quanto mais ser capaz de nos ouvir!

 

Já ao Menino Jesus preferimos pedir outras coisas, bem mais difíceis:

 

Paz para a Europa, e para o Mundo: fim das guerras e dos genocídios atrozes, vergonhosos, alguns feitos em nome das religiões (quando Religare, e não guerrear que é o que mais acontece, é ainda a origem da palavra Religião, e Religiões... - vinda do latim)

 

Mais, e como há dias dizia uma amiga (caixa no supermercado): 

 

"Que o aniversariante, não seja o principal esquecido, o posto-de-lado..."

Já que é em nome Dele, que tudo se festeja (ainda) por estes dias 

~~~~~~~~~~~~~~~~~~

*Tenham vindo dos ACs ou dos Jonet?

Acordaram tarde...

Por este link podem aceder ao conhecimento da «tristeza» que agora vai em Portalegre

Como se percebe estamos perante entidades e personalidades que "acordaram tarde e a más horas ...."

Será que ainda a tempo, de se poder reverter tanto descuido e abandono do interior?

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Daqui - de dentro da ala sul do Palácio Amarelo, temos tentado chamar a atenção de alguns responsáveis, pelos valores e património cultural desta cidade, que, mereceria bastante mais atenção...

A Sé de Portalegre ...............................................cuja influência, não há dúvida, passou a toda a Cidade (a começar no Palácio Amarelo)

Claro que a Sé de Portalegre nos lembra Vítor Serrão*, mais os seus «azares» com a Geometria, aquela ciência da matemática com que ele não atina!

(e assim rima...)

Nesse esboço riscado em 2019 (anterior às obras), descobrimos - por tê-lo feito - enormes parecenças com a porta da Igreja do Senhor de Matosinhos.

Será que ele, o Vítor (pois claro) tem fotografias dessa porta? E pode fazer-nos o favor de comparar as imagens e os padrões? Os que apesar de geométricos - e para si supostamente abstractos -, têm para nós nomes e regras, a que obedecem;

E ainda ideias a que se associam!

Será? Fica o desafio, que é sem dúvida uma forma de lhe proporcionar - a ele Vítor, quiçá? - um outro, novo paradigma de "extractivismo intelectual" ?

Pois já que extraiu a aluna, por essa conhecer, de um malfadado SABER, do qual ele não sabe nada: a Geometria de Hugo de S. Victor (e de Isidoro de Sevilha); no mínimo que ele viesse a saber, no futuro, o óbvio e o básico, para depois poder falar de imagens, e da sua relação com a Arte ** !

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ampliar

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ampliar

Por fim dizemos:

É proibido associar as grades das varandas - as Rejas do Palácio Amarelo - , com as grades da porta da Capela de S. Pedro na Sé: como se houvesse semelhanças, até "fortuna critica" , ou alguma espécie de diálogo possível, entre as duas obras ? Proibido ...

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~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

* O auto-designado "operário da memória" , que afinal, pergunta-se, o que terá ele lido de Hugo de S. Victor, «seu padroeiro»? Saberá que para Hugues de Saint-Victor a Geometria era, mais do que a primeira ciência - "...source des sensations et l'origine des expressions". ? Citação mais que lembrada que outra vez se recorda ao «dito operariado» para ter em devida conta...

** Vícios de arquitectos. I. e., dos que sempre exigiram à Geometria, que lhes trouxesse soluções para as questões. Não só as práticas, relativas aos encaixes (mecânicos) das diferentes peças, como num puzzle; mas, e em simultâneo, as poderosas regras directrizes, significantes. 

Só petiscos - aqui em Portalegre

Grandes Vizinhos!

Grande Casa Amarela, responsável pelos tratos que recebo nesta cidade

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É o pão quentinho e doirado que me foi oferecido, mais os figos secos - enfarinhados, à moda dos avós -, e que já levaram umas boas trincas...IMG_20230926_191339.jpg

Petiscos tão bons quanto inesperados, vindos de vizinhos simpáticos: super-atentos

.................................

 

Aiiiiiiii ... se tudo aqui fosse assim!

DESTA VEZ estamos no Palácio Amarelo, onde a Iconografia - que foi prerrogativa de Reis e Nobres - está bem perto, e sobretudo presente! Vivinha: pode-se tocar, sentir o áspero e o macio, o quente das superfícies pintadas, o frio dos estuques...

Em obra, sempre que queríamos preparar os trabalhos seguintes, sobretudo os de carpintaria - feitos aliás com um carpinteiro que já conhecia há muito anos - a maioria das vezes obtinha-se uma resposta muito engraçada:

"Tenha calma sra. arquitecta, vamos mais devagar, porque é ao pé da obra que se talha o pano !"*

Acontece portanto, que aqui chegados ao pé da obra (a esta Casa Amarela de Portalegre), em 2013-2014, viemos encontrar - no espaço próprio - a Iconografia cujo significado se tinha encontrado na FLUL uns bons anos antes [é a ideia de Conveniência e Décor referida por Vitrúvio, e que em História da Arte não tem sido valorizada...].

Imagens que já tínhamos visto muito semelhantes no Mosteiro da Batalha e que vamos coleccionando, vindas de muitos outros monumentos. Juntamo-las como prova de que não se tratavam de sinais ou saberes ocultos (como por exemplo Lima de Freitas fez parecer); ou, sinais  exclusivos de uma «elite mais informada», que estivesse por dentro de certos assuntos**.

Mas sim (e é como vemos estas questões e problemáticas), de sinais que usados articuladamente, como em geral se fez na arquitectura religiosa, criaram narrativas de carácter simbólico.

O que se sublinha, visto defendermos, que todo o discurso arquitectónico, assim elaborado (i. e., com sinais visuais, desenhos, jogos e efeitos de luz - os vitrais em janelas com formas específicas), esses discursos pretendiam construir em narrativa visual, e só por imagens, o que no Símbolo da Fé  (também designado de Niceia-Constantinopla) se proclama com o apoio das palavras... Ou seja, diz-se o mesmo, mas com outros meios.

Concretamente, os referentes que alertam o cérebro para aquilo que se está a discursar e a proclamar, são imagens. Por isto, vistas por autores como Frances Yates ou Mary Carruthers, como imagens dirigidas à mente e à memória. Portanto mnemotécnicas. 

E aqui (Casa Amarela, ala sul, na zona que terá sido, porventura a mais antiga?) temos nos 4 cantos da sala - onde nascem duas diagonais a que chamamos Ogivas Barrocas - enfática e retoricamente dispostos, temos 4 conjuntos de argolas.

Parecem "8", por estarem ao alto, mas na verdade são Símbolos do Infinito.  

Assim ----» ∞ ∞ ∞.  Os quais, todos dizemos são como "8" deitados.

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Aqui, agora visível nas fotografias, os dois círculos estão ao alto - alinhados com a vertical - o que faz com que a Mandorla se assemelhe a um Peixe:

É o ICHTHUS ou ICHTHYS que tantas vezes, naquilo a que é comum chamar-se «simbologia», refere o nome de Cristo (ίχθύζ - em grego)

A seguir, nas imagens em sequência, explica-se o desenho da Mandorla, e como desse desenho - geométrico rigoroso (a intersecção dos círculos que é descrita como a linha circunferência de um, a passar pelo centro do outro ***) - nasce a cruz em aspa (fig. 3), o losango (fig. 4), e ainda (na fig. 5) mostra-se como a cruz em aspa, tal como o losango, reúne 2 triângulos equiláteros  

MANDORLA-SINÓNIMOS-E.jpg

Confirmem ainda aqui, com a mesma origem, a razão do colar do rei D. Manuel I, e neste outro post, vejam que se trata de geometria que, dados os ângulos formados (de 60º) foi designada Ad Triangulum 

Por fim, comparem com uma «casinha» - no jardim dos Sousa e Holstein (Palmela) - na Rua da Escola Politécnica. 

~~~~~~~~~~~~~~~~

*Resposta surpreendente, sobretudo por invocar o trabalho das costureiras, (ou o dos alfaiates...)

** Os que se consideram esotéricos 

*** Explicação de James S. Curl - Como por várias vezes já se escreveu e está em Monserrate uma Nova História

Que outros papéis não havia ali...

Primeiro desenhou-se (a pincel) a vista longínqua da Herdade do Montinho; era esse o objectivoSerra da Penha-2.jpg

(ampliar)

Captar as riscas da vinha, que, lá ao fundo, mais ou menos verdes, criam contraste cromático com a terra alaranjada. Ainda com uma casa ao fundo, que à vista, pouco ou nada se distingue...

Era um desafio, conseguir, mais ou menos, pôr no papel a imagem visível - concretamente a que se forma no fundo da retina, e chega à mente.

Mas depois, medianamente atingido o objectivo (com um resultado não totalmente satisfatório), então não apetecia mais parar.

Foi quando se passou a desenhar para fora da tira cortada há anos (e não havia outra, própria para aguarela...) passando a usar o papel branco, de máquina (80 grs.), que estava por baixo.

IMG_20230713_182507-b-PenhaPortalegre.jpg

De novo, apesar dos resultados medianos, mas com o apetite de desenhar com cores não propriamente realistas, a crescer, e de experimentar expressões interessantes, foi apetecendo continuar. 

No fim, claro que o papel demasiado fino e sem estrutura enrugou, mas de uma maneira que faz lembrar a claridade do fim do dia: quando irradia e se expande a luz, vinda de trás da montanha

Image0009-B.jpg

Do «expressionismo» passou-se ao traço mais certo (quase corrector) da caneta bic, mas também à necessidade de fazer menos manchas e obter mais definição.

Foi quando fomos buscar os binóculos. 

Image0009-d.jpg

E com o maior gozo apercebemo-nos da escadaria no embasamento do monumento (igreja da Penha).

Só que não estava acabada a tarefa:

Valia a pena comparar com um outro desenho, já feito há alguns anos, e que nos tinha feito gastar muito mais tempo...

Serra da Penha-1.jpg

(ampliar)

Concluindo:

Nenhum é totalmente satisfatório, é impossível apanhar com toda a minúcia uma área tão grande e repleta de detalhes, mas é divertido ir tentando outros traços, outras expressões, e quem sabe (um dia?)  agarrar numa trincha, e num gesto único captar/pintar só o essencial...

Terá sido isto que levou Cézanne a pintar, sucessivamente, a Montanha de Sainte-Victoire?

ESTUDOS dedicados ao PALÁCIO AMARELO

FICAM SÓ AS IMAGENS, algumas que provam a dedicação que esta casa merece.

Mais texto ou explicações, aqui, agora, não!

Visto que a Internet é (como as Reformas) pouquinho, pouquinho...

p.2.jpg

p.3.jpg

REjasVarandasPortalegre-2.jpg

(para continuar logo que possível)

Embora já existam outros posts dedicados a este tema, como por aqui  se vê

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