Blog experimental, dedicado a uma ala do Palácio Amarelo de Portalegre. Verdadeira «Casa de Bonecas», onde, seguindo a tradição, há sinais e emblemas de nobreza. Assim: Casa Amarela, Cas'Amarela, ou Casamarela
Blog experimental, dedicado a uma ala do Palácio Amarelo de Portalegre. Verdadeira «Casa de Bonecas», onde, seguindo a tradição, há sinais e emblemas de nobreza. Assim: Casa Amarela, Cas'Amarela, ou Casamarela
Porque será que são iguais estes desenhos de pavimentos?
A fotografia superior vinda da Arquitectura Popular em Portugal, edição do Sindicato Nacional dos Arquitectos, Lisboa 1961. Vol. II, p 186. E de acordo com a legenda, trata-se de um pavimento de Portalegre.
As (3) fotografias inferiores são pavimentos de Cascais, fotografados há uns dias.
Neste caso apetece perguntar que idade tem - se ainda existe - o pavimento de Portalegre?
Ou, de outra maneira, e ainda como pergunta:
Quem é que copiou quem?
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Note-se que "outro dia" - altero die - de um post prometido em 11.11.2o2o, é hoje:
Hoje, há 55 anos, na sua casa em Portalegre morreu quem pode ter sido durante mais anos (?), sua proprietária e habitante: Helena Azevedo Coutinho
A partir dos dados acima*, estas são contas simples de fazer, pois tendo casado em 1899 e ido viver desde 1909 até 1965, com o seu marido, que era o proprietário da parte menor deste conjunto monumental - a referida Casa Amarela -, na qual terá morado cerca de 55 anos.
A fotografia seguinte vinda da Arquitectura Popular em Portugal, edição do Sindicato Nacional dos Arquitectos, Lisboa 1961, mostra a casa no início dos anos sessenta.
É impossivel não reparar na porta aberta, nas crianças a brincarem no exterior, assim como as portadas (hoje inexistentes, mas, quem sabe, a recuperar?) de uma janela do rés-do-chão
Depois, ainda na mesma página deste 2º volume, outras imagens e respectiva legenda, levam-nos a continuar este post.
(altero die)
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*Vindo do Livro Genealógico das Famílias desta Cidade de Portalegre, por Manuel da Costa Juzarte de Brito (anotado, corrigido e actualizado por Nuno Borrego e Gonçalo de Mello Guimarães), edição Lisboa 2002, ver p. 657.
Foi José de Figueiredo, e a sua mulher, moradores no Monte Estoril, que ao venderem a casa a dois novos proprietários, quem, em 1909 operou a divisão deste conjunto portalegrense. Mas, muitas vezes, há quem não saiba (ou se esqueça?) desta informação:
"Esta Casa Amarela / Palácio Amarelo é um edifício do séc XVII, em bom estado de conservação, e está sob o domínio privado, não se podendo aceder ao interior sem autorização dos proprietários. Actualmente está dividido em dois edifícios, com dois brasões e duas famílias." *
Quanto a nós e sobre "obom estado de conservação" é também uma boa maneira de se dizer:
Visto que sim, no verão, com toda a certeza, 'tá-se bem...
Na fotografia, a ala sul que foi desanexada em 1909. Permitiu deste modo a criação - numa casa senhorial de enormes dimensões - de um "petit appartement", como já estava na moda desde o tempo de Luís XIV, que o tinha criado em Versailles.
Mas em Portalegre, e apesar de haver nesta Casa Amarela detalhes que são característicos das casas nobres e das casas reais, por dentro, neste conjunto que é muitíssimo ecléctico, não existe un style Louis XV nem Louis XVI. Mas, pode-se falar na existência de uma peça que deve ser praticamente única (supomos?), pela simbiose que ficou feita entre o gosto Adam e a moda da cerâmica criada por Josiah Wedgewood.
E felizmente - ou não (sei lá, talvez ainda bem...) - este é mais um dos assuntos com que nos cruzámos na vida.
O qual, que se saiba, não está minimamente enquadrado, ou nem sequer estudado**.
Eu à janela com alguém que passa, ...e geralmente não conheço. Metem conversa, muito admirados da casa estar habitada; mas claro, não imaginam o que vai lá dentro. "Como se faz das tripas coração"...
Hoje foi um engenheiro que me disse no fim, que estudou na Escola de Engenharia mais antiga do mundo.
Mas como ele estava lá em baixo e eu no andar de cima, com os sinos da Sé a tocarem, meio-surda, só ouvi "chaussées"
Enfim, a «malta erudita» que por aqui passa impressiona-me sempre, até porque, a «conversa erudita», bem gira, tinha continuado...
Por isso pergunto-me: vêm à procura de quê? Têm tão pouco em troca... Menos, muito menos, do que já seriam as suas próprias memórias, ou expectativas, como se supõe*.
Talvez o Museu da Tapeçaria os console? Esse sim, segundo julgo..., será hoje mais do que foi. Pois tudo o resto é bastante menos. Apenas mais ou menos, para lastimar**.
A quantidade de turistas desejosos, supõe-se, de verem mais, e que desesperadamente intrigados procuram (com o olhar) mais informações, é impressionante!
No nosso caso, se temos tempo, falamos e conversamos. Mas nem sempre é assim; nem sempre posso, ou me auto-imbuí da (mui nobre) missão de guia de turistas: de ajudar a que os que demandam partam mais ricos.
Obviamente, por mim adorei a conversa com o Eng. Des ponts et Chaussées - a fazer turismo com os pais, em Cabeço de Vide - por isso espero que com ele não se passe muito diferente.
Como também adorei - desde que o descobri - este páteo de laranjeiras (minúsculas) tão perto da minha casa. Sobretudo pelas fachadas que o envolvem.
Um sítio óptimo em tempos de confinamento para espectáculos ao ar livre: houvesse algum restauro, mínimo para não desvirtuar o verdadeiro picturesque desse cenário; houvesse vontade e imaginação
Houvesse um care..., e muito poderia ser diferente***
*Porque como tudo está a ir «de mal a pior» - e dizemo-lo de experiência vivida -, possivelmente, como se depreende, o que viram em tempos ou há anos era bastante melhor
**E se estiverem na situação de amigos especiais ou donos de um bem patrimonial, não imaginam, por certo, o quanto pode ser lamentável
*** Houvesse um care semelhante ao que a RTP com os Jardins Históricos nos tem mostrado, e a Cidade estaria a aproveitar as potencialidades que tem!