Blog experimental, dedicado a uma ala do Palácio Amarelo de Portalegre. Verdadeira «Casa de Bonecas», onde, seguindo a tradição, há sinais e emblemas de nobreza. Assim: Casa Amarela, Cas'Amarela, ou Casamarela
Blog experimental, dedicado a uma ala do Palácio Amarelo de Portalegre. Verdadeira «Casa de Bonecas», onde, seguindo a tradição, há sinais e emblemas de nobreza. Assim: Casa Amarela, Cas'Amarela, ou Casamarela
Depois de um primeiro esboço, tenta-se «reconstruir», por hipótese desenhada/visual, o que terá estado nas paredes da Salinha a Sul:
A mesma que, dizemos, ter Ogivas barrocas no tecto. Para além de outra iconografia que nos transporta aos primeiros tempos do cristianismo, quando se discutiam diferentes dados sobre o conhecimento do Deus Cristão*.
(clic em todas as imagens para ampliar)
Veja também as evoluções:
Serão demasiado trabalhosas, justifica-se o método de restauro; compensa?
Ou está-se apenas a contribuir para uma espécie de arqueologia e história dos espaços interiores, setecentistas (século XVIII) da Cidade de Portalegre?
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*Discussões e querelas em que a Imagem era fundamental para aclarar as ideias propostas pelos Teólogos: como já se abordou em inúmeros posts de Primaluce,
Não, não é um desenho para um bordado, mas pode vir a ser o desenho das paredes passado para gesso cartonado (vulgo «pladur»), e quem sabe pintado à maneira antiga...?
No sentido que a palavra decoração (e as Artes Decorativas) tinha no inicio do século XX.
Fica a amostra de quem se diverte a fazer o trabalho - não só de concepção mas também com as próprias mãos
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*A mesma Casa que a CM Portalegre durante anos desleixou e agora usa para «mostrar trabalho» que não fez
É verdade, em Portalegre há zonas que nos lembram cidades de Itália, ou neste caso - na Rua do Comércio, com as luzes e enfeites - são outras memórias. Concretamente de Salzburg e dos seus mercados de Natal.
Pelo que se pergunta: São os lugares que têm semelhanças, ou seremos nós que as transportamos? E sendo assim, porque não aproveitar essas semelhanças para as ampliar, e, porque não, criar um mercado de Natal, em grande, para atrair todos os que, por essa altura, podem estar interessados em que adquirir bens quer para as festas - alimentação, mas tamém para presentes?
Relacionado com os trabalhos de Recuperação que estamos a desenvolver da Casa ou Palácio Amarelo de Portalegre; da qual passámos também a escrever, e a reflectir, desde meados de Agosto de 2014, como logo se disse - nos primeiros posts deste blog - a Casa (note-se que nos referimos ao conjunto urbano, e não apenas ao nº 15 da Lgº Cristóvão Falcão) é considerada um Ex-libris da Cidade de Portalegre.
De entre os que celebraram, de várias formas, a sua imagem, destaca-se João Tavares: pintor, aguarelista e também autor de inúmeros cartões das Tapeçarias de Portalegre. Se as tapeçarias (e os lanifícios) foram em tempos manufacturas que deram trabalho a muitos portalegrenses, hoje, muitas dessas obras produzidas há décadas, como também já aqui se escreveu, dir-se-ia que constituem o equivalente a um Museu de Arte Moderna. Mas, simultaneamente, repositório de muita «iconografia» - daí uma importancia que é incontornável - que foi produzida em pleno Estado Novo.
De entre essas obras destaca-se um enorme «Tapete», que consideramos não apenas extremamente bonito - contando um episódio da história de Portalegre (no apoio que foi dado à Restauração e ao Duque de Bragança, em 1640). Mas, para nós, neste caso - patente nos excertos abaixo - é particularmente apelativo, um detalhe muito pequeno: a representação do Palácio Amarelo, como consta nesse imenso trabalho de tapeçaria (do qual esta primeira imagem é só uma pequena parte).
(fotografado no MTP em 30.10.2015)
Porque é interessantíssima, visualmente (achamos) toda a simplificação formal que houve necessidade de fazer.
Em suma, e em nossa opinião, um óptimo exemplo que se pode dar (para ensinar) de como resumir os traços dominantes ou os mais essenciais de uma qualquer edificação.
E para quem está envolvido em trabalhos de recuperação desta Casa, como se diz no IHA da FLUL, interessa também não descurar uma certa «Fortuna Critica», que aqui é toda a iconografia existente, ou as diferentes «citações visuais» e as várias representações, com que um dado monumento, ao longo da sua história, foi repetidamente enriquecido.
E que por assim ter sido tratado, lembrado e reproduzido, ficou valorizado: independentemente das edilidades e do funcionamento das estruturas culturais (regionais ou locais) terem ou não actuado em conformidade com um espírito patrimonialista. Naturalmente considerado protector - i. e., «não-mal-fazejo» - dos melhores valores das suas cidades.