Design e Recups de inspiração portalegrense:
Por serem trabalhos «começados lá e acabados cá», sobretudo a aproveitar materiais que a indústria da construção despreza e desbarata.
Mas os desperdícios, parece-nos, podem ainda ter várias utilizações.
E no fim, nos acabamentos, a incluírem até detalhes que os defeitos (ou os feitios caprichosos da natureza) acabam eles próprios por sugerirem, moldando dessa maneira o objecto final resultante
Depois, quando se entra nesse "mood", ou no que é um estado de espírito tão aberto ou receptivo (que pode ser típico do acto de fazer); ao aceitar algumas formas naturais e pré-existentes, é também como se fosse a «natureza domesticada», da fotografia seguinte: trabalho que está em fase de experiências, ou, quem sabe, a caminho de se tornar num candeeiro muito «multi-funcional»!
A ver vamos?
E, interrogativamente, porque quando se quer ou quando ocorre esse mood característico, e se começa abertamente a aceitar o que já existe, sem uma direcção ainda não demasiado definida... Se, e sobretudo se está animado de um espírito, e de uma atitude experimentalista, quase a de um brainstorm - em que há uma boa dose de divertimento (a tal "joie" referida há dias num post) -, indo por essa via*, durante o caminho podem aparecer novas ideias e diferentes sugestões!
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*O "Odos" dos Gregos (que integra a palavra método), e que se pode traduzir por via, estrada ou caminho. Quando há professores de Metodologia, ou ainda no ensino artístico, disciplinas ligadas à Criatividade, é, por vezes, esta disponibilidade mental (uma espécie de «abertura elástica», a par de uma vivacidade máxima que se quer ter...) - entre outros Saberes - que se pretendem incutir nos alunos.
Porém, nada fácil! Não só de explicar, como depois conseguir ensinar a ser (e a ter esta postura), para de futuro actuarem assim. De tal modo que a essa actuação alguns chamam performance. Isto é, para se referirem concretamente a este método de trabalho em que cada acto conta, como quando se tem o público à frente e não pode sair um acto falhado.
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Estamos nesta muito verde - o being green de um post escrito há dias, e que as fotografias acima ilustram; por isso se acrescentam dois excertos vindos da DOMUS nº 1022 de Março de 2018. repleta de motivos de interesse!
Aqui sobre a criação de atmosferas (que habitualmente se chamam design ambiental e de interiores) e antes destas, noutra escala, ao arranjar a natureza - i. e., as paisagens, onde se colocam grandes objectos (edifícios, ou obras de arquitectura e de engenharia) - Michele De Lucchi, arquitecto e designer italiano (n. 1951) escreveu:
“On a large scale there are objects that we arrange in nature, creating landscapes, and on a smaller scale there are objects inside other objects, with which we create atmospheres”
Posteriormente, Michele De Lucchi adianta algo mais, especificando como essas criações são vividas, quais os motivos porque são feitas. Refere-se, naturalmente - de um modo que é lato e abrangente - às obras de muitos autores actuais (seus e nossos contemporâneos):
“On the outer shell of our planet we display objects both big and small. They are objects made of stone, iron, cement and wood, inanimate and rigid – and we put life inside them, making them vibrant and full of people, activities and stories. They are the containers and markers of our existence, and hence we desire them to be beautiful, spacious, solid and expressive, overflowing with positivity.”