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CasAmarela

Blog experimental, dedicado a uma ala do Palácio Amarelo de Portalegre. Verdadeira «Casa de Bonecas», onde, seguindo a tradição, há sinais e emblemas de nobreza. Assim: Casa Amarela, Cas'Amarela, ou CasAmarela

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As Argolinhas de um dos Espaços mais Nobres desta Casa Amarela. Ou, como são tortas, tortas e mais tortas, as muitas linhas que desenham as nossas vidas

É verdade sim, Deus escreve direito por linhas muito tortas, a ponto de nos fazer «herdar» as próprias das argolinhas cujo significado deduzimos.

Sim, vejam-nas em Monserrate uma nova história, pois estamos a escrever sobre umas «argolinhas» que foram falantes: Sinais do Espírito Santo, de Nobreza e do Infinito. Mas também de uma certa religiosidade que se queria diferenciar de outras também «vigentes» na Pens. Ibérica desde o século VI.
Referimo-nos às Argolinhas que (também originaram a Mandorla) aparecem em inúmeros ideogramas como insistentemente temos defendido desde 2002. As mesmas que Martin Kemp - sobre Arcarias Entrelaçadas - refere como muito decorativas, porém insignificantes.

Ou ainda, os Entrelaçados que Jean-Claude Schmitt e Jean-Claude Bonne, idem aspas, também referem como sem sentido. Deveriam estar tristes pelo que perdem, mas como não sabem..., lá vão propalando as outras verdades em que trabalharam.

Mas enfim, nós que aprendemos (por nós) a valorizá-las, depois também tivemos a sorte de entender o que escreveu Mircea Eliade, quando se referiu a "un Dieu lieur" em "Le Dieu Lieur et le Symbolisme des Nœuds”.
E depois de recebidos todos estes ensinamentos - em bibliografia dispersa, e por termos feito associações que nos pareceram 100% lógicas, ou até mesmo por leitura directa (já que há imagens que se podem ler directamente sem precisar de dicionários...*). Em resumo, tivemos ainda a sorte de «receber» as próprias das argolinhas.

argolinhas_do_filioque.jpg

Como por exemplo também existem em Cascais, embora com outra organização, ou disposição, na Casa que foi dos Condes de Castro Guimarães.
E embora os historiadores pouco reparem neste tipo de associações (lógicas) existentes entre alguns elementos de que escrevem, em geral, há que o supor**, esses mesmos nobres deveriam reconhecer os vários sinais incluídos na construção?
Assim consta na Casa da Carreira, em Viana do Castelo, um registo que é espantoso pelas informações preciosas que dá:

NEC DOMUS DOMINUS, SED DOMINO DOMUS, HONESTANDA EST***
~~~~~~~~~~~~~~
*E este foi depois, com o passar do tempo, mais um dos nossos enormes «paradoxos»: Porque em geral fomos lendo directamente as obras, sem pensar em Dicionários de Imagens ou em Dicionários de Símbolos. Mas um dia começou-se a verificar que as leituras directas que fazíamos, em geral «de base geométrica», não só não estavam (absolutamente) nada erradas, mas, para cúmulo, as referidas imagens constavam nos Dicionários de Símbolos embora com outras designações. Como para o caso dos Círculos Entrelaçados que nos dicionários se chamam anéis e alianças, e nós vamos tratando como círculos ou hoje como argolinhas. Razão bastante para termos prosseguido nas nossas leituras directas e só quando temos dúvidas recorremos aos dicionários. Normalmente conclui-se que lá no fim (tal como a Maria João Neto dizia para pôr para trás...) lá está sempre o significado que estávamos a atribuir à referida imagem.

**Por isso saberiam da importância das suas casas de família, sendo que Casa de Família pode ser também sinónimo de Linhagem.
***Ver em M. Teresa Távora, Um Passeio pela Casa da Carreira, Braga 1999, p. 15. Esta inscrição latina que também colocou na capa está traduzida: Não é o Dono que deve ser honrado pela Casa, mas a Casa pelo Dono. Ora uma Casa que deve ser honrada, como nos parece, não o é apenas pelas sua pedras, a cal, o gesso, os estuques, as madeiras, ou o barro das telhas, mas são as formas que foram plasmadas nesses materiais. Temos empregue sempre a palavra plasmar, por nos parecer a melhor em português, mas em inglês o built in seria talvez mais preciso e explicativo da ideia em questão:

Do modo como as formas ou os «vocábulos formais» (desenhos) introduziram significados nas edificações.

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