EM PORTALEGRE, no Museu da Tapeçaria...
... estão agora vários desenhos de Maria Keil, feitos de propósito para serem passados a «pontos de lã», que é como quem diz, a obras de tapeçaria.
Numa família como a nossa, cuja regra parece ter sido sempre (?) a do anticonsumismo* - e em que por isso "nada se perde [porque] tudo se transforma" - agora, tantas vezes, cabe-nos dar novo uso ao que tem sobrevivido**.
Foi o caso de um desenho dos Túmulos de Egas Moniz - o qual, a bem dizer nos mudou a vida (quando, «mandada» por uma orientadora de mestrado, e estávamos à procura das "Origens Gótico"...);
Foi uma História de Portugal (de Barcelos) que usei nos anos 60 para estudar História da Arte para os exames em Belas-Artes;
E hoje, já que a saga continua, é esta graça: ou seja, a coincidência de estar a querer voltar a Portalegre para poder visitar, com calma, algumas das exposições que aí estão, e de repente tenho pela frente uma página de revista, sem data ou outras referências, a não ser um título (que como se vê foi entretanto acrescido das marcas de insectos bibliófagos):
Num verão em que várias obras das primeiras décadas do século XX, e também do Museu da Tapeçaria, nos estão a interessar, particularmente...
E assim aqui fica um auto-retrato de Maria Keil. Também ele marcado - é o mini-sinal na sobrancelha da artista -, pelos ataques ao papel vindos dos ditos bibliófagos***
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*Porque é normal encontrar papéis e documentos de um tio bisavô portalegrense (esse sim, para a época um super-consumista!) que comprava todos os livros e revistas que achava que devia ler.
**Do que veio de Portalegre para Lisboa, depois para Cascais... e agora, mais ou menos contextualizado, se o conseguirmos (?), passa à Internet.
*** Por fim, e em tempos de falta de Acordo Ortográfico aconselha-se a não confundir com bibliofilia (que é, mais ou menos, o oposto de bibliofagia).