Blog experimental, dedicado a uma ala do Palácio Amarelo de Portalegre. Verdadeira «Casa de Bonecas», onde, seguindo a tradição, há sinais e emblemas de nobreza. Assim: Casa Amarela, Cas'Amarela, ou Casamarela
Blog experimental, dedicado a uma ala do Palácio Amarelo de Portalegre. Verdadeira «Casa de Bonecas», onde, seguindo a tradição, há sinais e emblemas de nobreza. Assim: Casa Amarela, Cas'Amarela, ou Casamarela
Vejam a Galeria de Imagens, corresponde à visita que fizemos e assim contactámos (pela primeira vez em Abrilde 2013) o nº 15 do Largo Cristóvão Falcão, em Portalegre*.
Pelas fotografias poderão perceber melhor as verdadeiras razões para o que se escreveu em posts anteriores, alusivos ao estado em que a Câmara Municipal de Portalegre devolveu uma casa de que foi inquilina (com a Biblioteca da Gulbenkian) durante cerca de 45 a 50 anos.
Acontecendo porém que nalgumas destas fotografias há tectos que estão inteiros, mas, como a Câmara Municipal entendeu fazer uma birra (ou os seus responsáveis...); assim, mais tarde, quando a casa foi finalmente esvaziada e enfim devolvida aos novos proprietários, nessa altura, vários dos tectos estavam ainda mais arruinados e desfeitos...
Razão porque, como já se escreveu, o Património, o seu estado de conservação, e até as Ruínas que naturalmente assim «se produzem» são uma óptima metáfora deste país.
Depois, se por um lado nos sentimos honrados (malgré tout) por sermos referidos no blog de Gastão de Brito e Silva, por outro lado é, heroicamente, que não pertencemos nem estamos incluidos (indirectamente através de akguma casa nossa), na sua lista mais recente, de cem ruínas...
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*Note-se que o nº 15 do Largo Cristóvão Falcão, União das Freguesias da Sé e S. Lourenço da cidade de Portalegre é parte integrante do chamado Palácio Amarelo, do qual (pelo interior) foi separado em 1909.
Não temos a menor dúvida, esse foi um dos factos mais importantes do nosso ano (2015) que agora acabou. Por isso, também nos lembramos mais uma vez de Ruin'arte e dos trabalhos de Gastão de Brito e Silva.
Gostaríamos de um Portugal Sem Ruínas, mas como as coisas andam compreendemos que alguém as relembre e fale do «Portugal Cem Ruínas...»
A este título acrescenta-se de novo uma espantosa e tão intrigante combinação de textos e imagens, em que a Câmara Municipal de Portalegre (irónica e abusivamente???), se associou às obras que fizemos e pagamos; feitas na parte menor do Palácio Amarelo que, durante décadas, pela calada, mesma entidade foi deteriorando, silenciosa e paulatinamente.
Enfim, que não se ponha só nos ombros dos particulares - e nas suas dificuldades económicas, ou numa falta de cultura arquitectónica e patrimonial - as desgraças e as ruínas que proliferam no país:
Depois de um primeiro esboço, tenta-se «reconstruir», por hipótese desenhada/visual, o que terá estado nas paredes da Salinha a Sul:
A mesma que, dizemos, ter Ogivas barrocas no tecto. Para além de outra iconografia que nos transporta aos primeiros tempos do cristianismo, quando se discutiam diferentes dados sobre o conhecimento do Deus Cristão*.
(clic em todas as imagens para ampliar)
Veja também as evoluções:
Serão demasiado trabalhosas, justifica-se o método de restauro; compensa?
Ou está-se apenas a contribuir para uma espécie de arqueologia e história dos espaços interiores, setecentistas (século XVIII) da Cidade de Portalegre?
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*Discussões e querelas em que a Imagem era fundamental para aclarar as ideias propostas pelos Teólogos: como já se abordou em inúmeros posts de Primaluce,
Não, não é um desenho para um bordado, mas pode vir a ser o desenho das paredes passado para gesso cartonado (vulgo «pladur»), e quem sabe pintado à maneira antiga...?
No sentido que a palavra decoração (e as Artes Decorativas) tinha no inicio do século XX.
Fica a amostra de quem se diverte a fazer o trabalho - não só de concepção mas também com as próprias mãos
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*A mesma Casa que a CM Portalegre durante anos desleixou e agora usa para «mostrar trabalho» que não fez
... diz-se em calão, e a dose desta lata é colossal*!
Post dirigido a quem se aproveita do nosso voluntarismo, do trabalho que dá e das energias que consome, para «eles» fazerem crer que fizeram alguma coisa!
Neste caso a Câmara Municipal de Portalegre limitou-se a tirar fotografias e a juntá-las (como está acima num exemplo que é demasiado falante), assim querendo talvez disfarçar o abandono/desleixo que vai pela Cidade?
Ou até, a querer desvalorizar a forma inconcebível como tem tratado edifícios que sabe estarem classificados e serem monumentais? I. e., Bens Culturais classificados.
Vale a pena comparar as duas últimas imagens, pois o ângulo é o mesmo: Percebe-se porque a CM de Portalegre usou a imagem superior, e não alguma outra (que deve ter em Arquivo), para usar como Ex-libris da Cidade.
É que as imagens falam, e entre uma e outra as diferenças vêem-se. Está aqui (apesar de escondido) um elogio ao nosso trabalho. Mas também está o oportunismo de logo fazer uma associação que é a verdadeira publicidade enganosa.
Se a hiperlitoralização do país explica muito, sobretudo o abandono do interior, no entanto não explica nem justifica mentiras ou enganos (propositados?)...
Note-se que a obra de Restauro e Conservação da Cobertura do Palácio Amarelo, e a sua Cimalha (logo acima da Pedra d'Armas - passe o pleonasmo), é obra da Arqtª Azevedo Coutinho e de quem com ela está a colaborar.
Pois é a sua promotora, que, com muito voluntarismo está a ultrapassar enormes dificuldades: as de quem pôs mãos-à-obra para fazer acontecer.
Mas os oportunismos, como provam estas fotografias e as legendas que lhes associaram, vê-se como espreitam e logo saltam, quase no próprio instante!
Esta Casa ou Palácio Amarelo (aqui Casamarela) que felizmente nos obriga a ir conhecendo Portalegre, veio também permitir que ampliássemos muitas das nossas certezas relativamente ao que descobrimos..
Veio mostrar muitas mais cores, permitir acabar com cinzentismos de gentes medíocres que ainda acham que ganham (?) em incomodar...
Havemos de mostrar e com isso continuar a mudar a Historiografia da Arte, provando a importância dos Ideogramas - ou a dos Diagramas orgânico-relacionais, como já está publicado desde 2004.