Trabalhos de Recuperação do Palácio ou Casa Amarela: RECUP (1)
Relacionado com os trabalhos de Recuperação que estamos a desenvolver da Casa ou Palácio Amarelo de Portalegre; da qual passámos também a escrever, e a reflectir, desde meados de Agosto de 2014, como logo se disse - nos primeiros posts deste blog - a Casa (note-se que nos referimos ao conjunto urbano, e não apenas ao nº 15 da Lgº Cristóvão Falcão) é considerada um Ex-libris da Cidade de Portalegre.
De entre os que celebraram, de várias formas, a sua imagem, destaca-se João Tavares: pintor, aguarelista e também autor de inúmeros cartões das Tapeçarias de Portalegre. Se as tapeçarias (e os lanifícios) foram em tempos manufacturas que deram trabalho a muitos portalegrenses, hoje, muitas dessas obras produzidas há décadas, como também já aqui se escreveu, dir-se-ia que constituem o equivalente a um Museu de Arte Moderna. Mas, simultaneamente, repositório de muita «iconografia» - daí uma importancia que é incontornável - que foi produzida em pleno Estado Novo.
De entre essas obras destaca-se um enorme «Tapete», que consideramos não apenas extremamente bonito - contando um episódio da história de Portalegre (no apoio que foi dado à Restauração e ao Duque de Bragança, em 1640). Mas, para nós, neste caso - patente nos excertos abaixo - é particularmente apelativo, um detalhe muito pequeno: a representação do Palácio Amarelo, como consta nesse imenso trabalho de tapeçaria (do qual esta primeira imagem é só uma pequena parte).
(fotografado no MTP em 30.10.2015)
Porque é interessantíssima, visualmente (achamos) toda a simplificação formal que houve necessidade de fazer.
Em suma, e em nossa opinião, um óptimo exemplo que se pode dar (para ensinar) de como resumir os traços dominantes ou os mais essenciais de uma qualquer edificação.
E para quem está envolvido em trabalhos de recuperação desta Casa, como se diz no IHA da FLUL, interessa também não descurar uma certa «Fortuna Critica», que aqui é toda a iconografia existente, ou as diferentes «citações visuais» e as várias representações, com que um dado monumento, ao longo da sua história, foi repetidamente enriquecido.
E que por assim ter sido tratado, lembrado e reproduzido, ficou valorizado: independentemente das edilidades e do funcionamento das estruturas culturais (regionais ou locais) terem ou não actuado em conformidade com um espírito patrimonialista. Naturalmente considerado protector - i. e., «não-mal-fazejo» - dos melhores valores das suas cidades.